Pois, depois de descobrir formas de implantar novas memórias ou até apagá-las completamente do cérebro, acordo com o The New York Times, cientistas do MIT — Massachusetts Institute of Technology, localizado nos EUA — descobriram como transformar lembranças ruins em boas. Bem, pelo menos em ratinhos.
Os pesquisadores utilizaram uma técnica conhecida como optogenética — que emprega feixes de luz aplicados em pontos específicos para “ligar” e “desligar” neurônios — para descobrir quais mecanismos o cérebro utiliza para conectar emoções às memórias e como essas emoções são ajustadas. Para isso, os cientistas usaram um tipo de proteína fotossensível para marcar alguns neurônios e aplicaram pulsos de luz para acender e apagar essas células.
Primeiro, os pesquisadores selecionaram um grupo de ratinhos machos e criaram memórias ruins (com pequenos choques) e boas (recompensando os bichinhos permitindo que eles passassem algum tempo na companhia de ratinhas). Depois, os cientistas identificaram quais eram os neurônios que ficavam ativos quando essas lembranças aconteciam.
Troca-troca
Então, os ratos que haviam levado choques foram colocados na companhia de fêmeas — despertando as memórias boas —, enquanto os cientistas usavam a luz para ativar a lembrança desagradável da descarga. Ao fazer isso, os pesquisadores perceberam que, embora os animais tivessem sido condicionados a se lembrar do choque, as recordações ruins se tornaram menos negativas.
Depois, os animais que originalmente tinham passado algum tempo com as ratinhas levaram pequenos choques enquanto os cientistas ativavam os neurônios associados com as lembranças agradáveis. Desta vez, os pesquisadores perceberam que as memórias boas se tornaram menos atraentes, e os bichinhos demonstraram um comportamento esperado em situações de medo.
Conforme explicaram, os experimentos apontaram que os neurônios do hipocampo podem ser alterados para tornar memórias ruins menos negativas e vice-versa. No entanto, as células presentes nas amídalas não apresentaram alterações durante o estudo, indicando que, talvez, esses neurônios já estejam programados para refletir emoções positivas ou negativas.
Segundo os cientistas, a descoberta pode oferecer uma base neurológica para psicoterapias nas quais os pacientes são encorajados a despertar recordações agradáveis para reduzir as emoções associadas com memórias traumáticas.
Infelizmente, a técnica utilizada nos ratinhos ainda é considerada invasiva demais para ser aplicada em seres humanos. No entanto, os pesquisadores envolvidos no estudo acreditam que a descoberta pode dar origem a terapias mais efetivas para tratar problemas como o transtorno de estresse pós-traumático, a depressão e a ansiedade, por exemplo.
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